sábado, 24 de setembro de 2011
Professores do município de Pentecoste conquistam gratificação
“Essa é uma vitória de toda a categoria que lutou pela reformulação e aprovação do novo Plano de Carreira e que agora, obteve êxito. Essa é uma vitória do Sindicato que, com luta e coragem, continua lutando pela manutenção e ampliação dos direitos dos servidores”, declarou o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Pentecoste (Sindsep).
(Fonte: Sindsep) http://www.cutceara.org.br
Poesia: Tiroteio na Praça Central por Mário Vilas!!
da capital que eu nasci
E não é virtual, é habitual
o furo intestinal e
um hospital pra assistir
Gente na geral, outros no
quintal a assistir
Hoje tem tiroteio na praça
central da terra natal que eu cresci
Saiu no jornal local e no matinal
Nacional, eu vi. Emoção total, frenesi
Lei municipal, vem um Federal competir
Hoje tem tiroteio na praça central
daquele quintal que eu vivi
E é natural o pacto eleitoral,
Zona e curral pedem bis
Eleger boçal, Pistoleiro profissional,
homens vís
Hoje tem tiroteio e é normal
pra população daqui
E é sempre assim
quando há eleição por aqui.
Acorda deste pesadelo
Pentecoste.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Ata da Reunião do Comando de Greve dos Professores da Educação Básica Estadual com o Governador do Estado e Presidenie da Assembléia Legislativa
Em vinte e dois de setembro do ano de dois mil e onze, na sala de reuniões, no Palácio da Abolição, às nove horas, teve inicio a reunião do Comando de Greve do Sindicato-APEOC com o Governador do Estado, CID FERREIRA GOMES, presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Roberto Cláudio e Parlamentares estaduais. [Galeria de fotos]
Pelo Comando de Greve tivemos as presenças do Presidente do Sindicato-APEOC, Anizio Melo, vice-presidente Reginaldo Pinheiro e Diretores Gorete Soares, André Sabino e Josilma Frota. Representantes de base Nivânia Menezes, Rafael Rabelo, Valdeci Abreu, João Paulo, Reinaldi Mapurunga. Representante do Sindiute, Ana Cristina. Técnico do Sindicato-APEOC em Orçamento e Plano de Carreira, André Pinheiro.A reunião foi presidida pelo Governador do Estado e Secretariada por Reginaldo Pinheiro e contou ainda com as presenças dos Deputados Antonio Carlos (líder do Governo) Patrícia Sabóia, Lula Morais, Professor Teodoro, Carlomano Marques e representante do Gabinete do Deputado Arthur Bruno, Zezé de Medeiros e Assessoria do Governador e da Assembleia Legislativa.
O Governado abriu a reunião sugerindo apresentação de todos os presentes.
Dando prosseguimento a reunião o Governador situou que a audiência foi solicitada pelo Presidente da Assembleia Legislativa. Reiterou que tem compromisso com a Educação, fato demonstrado pelas concessões dos reajustes diferenciados, progressões excepcionais, concurso público, paridade remuneratória entre temporários e efetivos, disse ainda que desde maio deste ano recebeu o Sindicato-APEOC e o Comando de Greve por 07 vezes.
Quanto à aplicação do piso na atual carreira disse que a repercussão financeira não possibilita isso e defende a melhora do salário inicial da carreira e falou da proposta apresentada que fora apresentada pelo Governo, mas não aceito pela categoria o que resultou no não envio da Mensagem à Assembleia Legislativa.
Em seguida o Deputado Roberto Cláudio relatou que no dia de ontem a partir de reivindicação dos professores que se encontravam na Assembleia Legislativa solicitou audiência com Governador e Comando de Greve dos Professores o que foi de pronto aceito, tendo inclusive o Governador ter que cancelar viagem à Cuba.
Tendo a palavra o Presidente do Sindicato-APEOC , Anizio Melo, sustentou que a categoria rejeitou a proposta de tabela e que o Governador tinha firmado esse compromisso na última audiência. Fez ainda menção aos outros compromissos assumidos pelo Governo nas audiências do dia 25 de agosto com o Governador e do dia 01 de setembro com o Chefe de Gabinete, Deputado Ivo Gomes.
O presidente do Sindicato-APEOC e reiterou às reivindicações da categoria:
A professora Valdeci, Reinaldi, Nivânia, Rafael, João Paulo reiteraram que a categoria julga como vitória o não envio e desconsideração das negociações da proposta do Governo apresentada em Julho, mas é inarredável em relação a aplicação do piso na atual carreira, valorizando todos professores na carreira e que o Governo deve aumentar o investimento da Educação no pagamento dos professores.
A professora Josilma reforçou a urgência na valorização da carreira do magistério, mormente dentro do atual contexto histórico e econômico.
Retornando a palavra ao Governador disse que concorda que deve haver mais investimento em Educação para fazer frente a necessidade do desenvolvimento econômico e social, porém há os limites.
Quanto a reserva de um terço da jornada, disse que concorda na implantação de forma progressiva começando em 2012. Reiterou o compromisso de não enviar e desconsiderar a proposta de tabela que fora apresentada em julho e que o limite para aplicar na remuneração dos professores deve ser encontrada nos recursos da Educação, sendo mais específico, nos 29,5% e havendo recurso novo vinculado à Educação pode até ampliar. Também reiterou, que abriria o orçamento e folhas de pagamento para a categoria, realização concurso público para professor em 2012, enfim, reitera os compromissos assumidos e diz esperar que a categoria suspenda a greve.
Quanto a avaliação de desempenho reitera que nada será feito sem amplo debate.
Reiterou ainda o Governador que os compromissos assumidos estão condicionados a suspensão da greve.
O professor Anizio Melo, aparteou o Governador, reivindicando que não haja nenhum desconto de salário dos grevistas, em resposta, o Governador afirmou que não fará desconto no salário' dos professores em greve, porém que a partir da próxima semana (dia 26 de setembro)
determinará a abertura de processo administrativo por abandono de cargo para àqueles que continuarem em greve.
O Governador disse ainda que em face da urgência do cumprimento da Lei do piso tem uma condição a presentar, que é "apartar" da atual tabela do magistério os professores de nível médio, criando tabela específica para esses profissionais. A alteração do restante da tabela, ou seja, os graduados e pós-graduados será feito dentro do processo de negociação.
O professor André propôs que caso o Governo mantenha a posição de enviar a mensagem sobre o piso para o professor de nível médio que ao final da negociação (30 dias) haja uma mensagem única, mantendo uma só estrutura de carreira. O Governador disse que concorda com a proposta.
Por parte do comando, representado, pelo presidente do Sindicato, foi reafirmado a necessidade de manutenção dos compromissos incorporados nas atas anteriores (reuniões ocorridas, respectivamente, 25 de agosto e 01 de setembro) e que nenhuma mensagem sobre piso e carreira seja enviada à Assembleia sem antes passar pela negociação com a categoria, ou seja, que toda a discussão referente a carreira ocorra considerando toda a CARREIRA, no prazo de até 30 dias, caso suspensa a greve.
O Governador informou que lhe incomoda não cumprir a Lei do piso e quer pagar o piso aos professores de nível médio e que a proposta em nada prejudicará os demais professores e mantém o compromisso de até assegurar a diferença de pelo menos 60% do professor de nível médio para o graduado e que na Mensagem dirigida à Assembleia deixaria claro que haveria nova mensagem dispondo sobre os graduados e pós graduados que ora (a mensagem) se encontrava em processo de negociação com a categoria.
O Governador, atendendo reivindicação do Comando de Greve, se comprometeu, em havendo viabilidade financeira, reunificar as tabelas do Grupo Ocupacional do Magistério (professores de nível médio, graduados e pós graduados).
Ao final ficou agendado para segunda-feira, dia 26 de setembro às 16 horas, caso suspensa a greve, audiência com Secretária de Educação, Secretário da Fazenda, Secretaria de Planejamento e gestão e Representação da categoria para iniciar os estudos sobre orçamento com fim de construir a proposta da implantação do piso com repercussão na carreira.
A reunião foi finalizada às catorze horas e vinte e cinco minutos.
Eu, Francisco Reginaldo Ferreira Pinheiro, lavrei a presente ata, que, depois de lida, segue assinada por todos os presentes.
Ao final, o comando de greve, se posicionou que levará as propostas aqui relatadas para a Assembléia Geral de amanhã para lá ser avaliada e decidida pela categoria..
PRORROGADO O PRAZO DE INSCRIÇÕES PARA AS VAGAS OFERTADAS POR MEIO DA CHAMADA PÚBLICA PARA PREENCHIMENTO DE VAGAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSOR
A Universidade Federal do Ceará, através do Instituto UFC Virtual, em convênio com o Ministério da Educação (MEC) e Secretaria de Educação Básica (SEB), comunica que foi prorrogado até 23 de setembro de 2011, ou até o término das vagas se este ocorrer antes daquela data, o prazo de inscrição para a seleção de candidatos a vagas em duas atividades de formação continuada de professores, em nível de extensão, promovidas pelo Núcleo HUMANAS/UFC, a saber: 1) oPrograma de Acompanhamento aos Docentes Iniciantes da Carreira do Magistério,2) o Curso Formação Cidadã: Currículo e transversalidade.
Professores e alunos juntos na Assembleia Legislativa.
COISA DE OUTRO PLANETA (Salários no Rio e não muito diferente no restante do Brasil)
BOPE..... R$ 2.260,00 ............. Para arriscar a vida;
Bombeiro.... R$ 960,00 ................ Para salvar vidas;
Professor...R$ 728,00 ........ Para preparar para a vida;
Médico........ R$ 1.260,00............. Para manter a vida;
Deputado Federal..R$ 26.700,00 ....Para FERRAR a sua vida.
‘Professor já trabalha por amor’, dizem grevistas
De longe já dava para escutar o barulho de apitos, palavras de protestos e pés que marchavam rumo a mais uma tentativa de negociação. A manhã desta quarta-feira (21) não foi rara para contingente de servidores que desde o dia 5 de agosto tenta fazer com que o Governo do Ceará cumpra com a lei que criou o piso salarial da educação. Rostos e corpos pintados, camisas que pedem respeito, fantasias de repúdio, faixas, cartazes e até mesmo um caixão.
O grupo começou a se reunir na Praça da Imprensa, no Bairro Dionísio Torres, e seguiu a pé até chegar à Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Durante a breve caminhada, o grupo ostentava faixas com os seguintes dizeres: “Não abrimos mão da lei do piso na atual carreira”; “Cid quer afogar a educação pública no aquário”; “Todos abraçando a educação”; “Luta pela educação pública”; “Cid Gomes, o exterminador da carreira do professor”.
O trânsito estava paralisado já que a multidão de 5 mil pessoas tomara as ruas. Surpreendente para quem vive nesta capital: os motoristas nada diziam diante do cortejo que passava. Digo que a reação chega a surpreender porque, ao contrário do que acontece diante de manifestações, os cidadãos aparentemente alheios à situação do grupo, não demonstravam irritação, nem consternação, não se ouvia nenhuma palavra do tipo: “Vai trabalhar, vagabundo!”.
No dia 7 de setembro, dia em que se comemora a independência do Brasil, esse mesmo grupo tentou ser ouvido pelas autoridades locais que estavam acompanhando os desfiles na avenida Beira-Mar. A professora Ademilze, que trabalha na Escola Estadual Adauto Bezerra, diz que durante a passeata do 7 de setembro foi chamada de vagabunda por um militar reformado. Ela diz não lamentar a ofensa, pois, para a professora, o que importa mesmo é a luta para que ela e os outros docentes consigam chamar a atenção da sociedade para a precária condição em que trabalham e fazer cumprir a Lei Nacional do Piso Salarial. Do mesmo jeito que levantava a voz para exigir justiça na Beira-Mar, a “tia Ademilze”, como é conhecida entre seus alunos, também se erguia entre as torres das televisões da Dionísio Torres.
Quando os manifestantes chegaram à Assembleia, logo as escadarias e pisos foram tomados. Para impedir que a multidão entrasse no plenário, o policiamento fez uma barreira humana na entrada do local. Mesmo assim, os professores não desanimaram. Em toda a Assembleia Legislativa o coro de “Cid, a culpa é sua”, era ouvido por toda a parte. Eis que, em determinado momento, surge “Cid Gomes”. Dentro de um terno cinza, de gravata e com uma cabeça proporcionalmente maior que o normal, lá estava o governador que tentava a muito custo responder às perguntas dos professores e, ao mesmo tempo, aos repórteres que lá se encontravam.
Entre os gritos de “Professor já trabalha por amor”, os educadores protestavam contra a frase proferida pelo governador Cid Gomes que afirmou, durante um seminário em Natal, no Rio Grande do Norte, que “quem quer dar aula faz isso por gosto e não por salário”. De repente, todos começaram a se ajoelhar e entoaram uma oração diante de um pequeno caixão todo pintado de preto e ornado com flores brancas e papel higiênico. O professor que segurava o símbolo que, para ele e os demais representava a morte da educação, disse, indignado, que o papel higiênico definia o salário que ganhava: “nosso salário não vale nada”.
APEOC desencoraja luta
Arivaldo Freitas, professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Integrada 2 de Maio, estava com uma camiseta com as seguintes palavras: “Senhor (a) parlamentar não permita que destruam a carreira dos professores do Estado”. Com ar melancólico, Arivaldo diz que os professores têm medo de voltar às salas de aula com a moral baixa. Segundo ele, seria difícil explicar para os alunos que no Brasil pós-Ditadura Militar os direitos garantidos por lei ainda estão longe de serem cumpridos. Completa dizendo que a manifestação de hoje tem o objetivo de “arrancar qualquer coisa”, já que o governador se recusa a negociar. O professor também se mostra desapontado com o Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (APEOC). Desde que a greve dos docentes foi decretada ilegal pelo desembargador Emanuel Leite Albuquerque, no dia 26 de agosto, o sindicato da categoria vem pedindo aos manifestantes que voltem para as escolas.
Essa mesma decepção é percebida na fala do também professor Sidney de Oliveira Araújo. De acordo com ele, o sindicato só apoiou a greve porque estava bastante desgastado e sofria com a desconfiança dos professores. A greve, segundo Sidney, serviu para que o sindicato, que atualmente tem a presidência de Anízio Melo, não chegasse ao fim.
Nas manifestações anteriores, podia-se perceber cerca de 12 mil participantes. Hoje, no entanto, no máximo 5 mil pessoas foram às ruas e ocuparam a Assembleia. Arivaldo e Sidney não destoam um do outro no momento de explicar o motivo da dispersão: para ambos, o sindicato dos professores se acovardou diante da multa imposta pela justiça que determinou a suspensão da greve sob pena de multa diária de R$ 10 mil, em caso de descumprimento. Com isso, a dívida dos docentes por desobediência chega hoje a mais de R$ 160 mil.
Estudantes
Para quem pensa que essa é uma batalha só de professores, muito se engana. Durante todas as manifestações já realizadas, muitos alunos também compareceram para apoiar e amparar seus mestres.
É o caso, por exemplo, de Arthur Freitas que cursa o 2º ano do ensino médio na Escola Adauto Bezerra. Arthur fez questão de ir à manifestação usando o uniforme de sua escola. Segundo ele, para mostrar apóio aos docentes e dizer que os alunos do Adauto Bezerra aprovam a greve. O garoto diz com convicção que a grande maioria dos estudantes acredita que é justo que os professores estejam paralisando as aulas para buscarem seus direitos.
Antes de decretarem a greve, os professores da escola de Arthur organizaram uma palestra com os alunos e explicaram os motivos que os levaram a tomar tal atitude. Quanto aos pais, Arthur explica que eles também apóiam os educadores, a prova disso, ele afirma, é que foram os próprios pais que o trouxeram para participar da manifestação.
Já as estudantes Marília Marques e Thaís Ribeiro, também no 2º ano da Escola Adauto Bezerra, têm o sonho de se tornarem professoras. Para as meninas, essa não é uma luta apenas dos que já educam nas salas de aulas e que ambas aprenderam a admirar, mas é, principalmente, pela melhoria do ensino público no Estado. As alunas dizem que as exigências dos professores é mais do que justa e pedem para que o governador deixe de querer dialogar e, sim, iniciar uma negociação concreta a favor do piso para os professores.
Por Aline Veras