segunda-feira, 30 de março de 2015

Escola é professor, o resto é acessório

Com o título “Babá ou professora? Dúvida cruel”, eis artigo do professor Antonio Vasques, doutor em educação e ex-secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Ceará. Para ele, o baixíssimo salário pago aos docentes é o principal problema do sistema educacional brasileiro. Confira:
O piso salarial do magistério foi reajustado em 13,01% em janeiro, conforme determina o artigo 5º da lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008. O vencimento inicial dos profissionais do magistério público da educação básica, com formação de nível médio modalidade normal, com jornada de 40 horas semanais, em 2015 é de R$ 1.917,78. O piso foi criado em cumprimento ao que estabelece a Constituição Federal. Levantamento do mês corrente da Consultora Catho do salário médio nacional de várias categorias profissionais (publicado no O POVO do dia 15/3) revela que uma babá, com remuneração de R$ 3.500,00 percebe quase o dobro de um professor (aliás, professora, pois 82% dos mestres no ensino fundamental são do sexo feminino), com salário de R$ 1.800. Muito mais do que o dobro, pois geralmente tem alimentação e transportes pagos por fora. No final do gráfico da Catho estão os garis, com salário de R$ 1.500,00, um pouco abaixo dos salários pagos aos professores.
Enquanto nossos filhos são formados por uma categoria muitíssimo mal remunerada, o mesmo professor de ensino fundamental percebe US$ 18 mil anuais no Chile (R$5.250, mensais), US$ 29mil (R$ 8.502) em Portugal, US$ 36mil nos Estados Unidos (R$ 10.500), na Alemanha US$ 50 mil (R$ 14.585) e, na média da OCDE, US$ 29 mil ou o correspondente a R$ 8.578! E em todos esses países o ensino fundamental é de muito melhor qualidade que o brasileiro. Pelo simples fato de, nesses países, ser professor atrai uma parcela significativa de jovens de alta escolaridade.
Esses dados servem para desmitificar o argumento usado pelos planejadores educacionais de que o salário do professor não é o problema principal do ensino fundamental e, sim, a gestão do sistema municipal de educação. O baixíssimo salário de nossos professores é o principal problema de nosso sistema educacional, sim! Esconder esta cruel realidade é um crime de lesa pátria. Elevar os salários de nossos mestres pelo menos ao nível médio da OCDE deve ser prioridade urgente. Assim como a federalização do ensino fundamental, livrando-o da má gestão de prefeito corrupto, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2013, de autoria do senador Cristóvão Buarque que responsabiliza a União pelo financiamento da educação básica pública.
“Escola é professor, o resto é acessório” diz com muita propriedade o educador Ariosto Holanda. Este País somente será desenvolvido, em futuro que almejo ainda distante (uma geração), quando aluno do ensino médio com excelente desempenho acadêmico escolher fazer vestibular para as licenciaturas da Uece, motivado pelos salários altos que o professor então perceberá. A permanecer o quadro atual fica o dilema cruel: ser babá ou ser professora?
Antônio Vasques
antoniocvasques@gmail.com
Doutor em Educação

sexta-feira, 13 de março de 2015

Plataforma Paulo Freire MEC – Inscrições 2015 - Termina Hoje

 Atenção! 
O calendário do PARFOR PRESENCIAL 2015 já está disponível. 
Para saber sobre as normas de participação no Parfor Presencial, consulte o Manual Operativo do Programa disponível na página da Capes no endereço eletrônico CLIQUE AQUI.
Se você é da Secretaria de Educação Estadual, Municipal ou do Distrito Federal e quer saber como informar sua demanda de sua rede, acesse em "Ajuda", depois em como informar Planejamento da Demanda.
Se você é docente, atua na rede pública de educação básica, não tem formação superior na etapa ou disciplina em que atua em sala de aula  e deseja concorrer à uma vaga nos cursos do PARFOR PRESENCIAL, procure informações na secretaria de educação do seu estado ou município. Para saber o período de pré-inscrição acesse em "Calendário".
O Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - PARFOR visa induzir e fomentar a oferta emergencial de vagas em cursos de educação superior, gratuitos e de qualidade, nas modalidades presencial e a distância, para professores em exercício na rede pública de educação básica, a fim de que estes profissionais possam obter a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB e contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica.

O acesso dos docentes aos cursos do Parfor é realizado por intermédio da oferta de turmas especiais em Cursos de Licenciatura, Programas de Segunda Licenciatura - ofertados somente na modalidade a presencial - e Formação Pedagógica das Instituições de Educação Superior - IES.

Podem se pré-inscrever nos Cursos de Licenciatura, docentes ou Tradutores Interpretes de Libras em exercício na rede pública da educação básica que não tenham formação superior, ou que, mesmo tendo essa formação, se disponham a realizar o curso de licenciatura na área em que atua em sala de aula.

Nos Programas de Segunda Licenciatura, podem se pré-inscrever docentes que já possuam formação em licenciatura, mas que atuem em área distinta dessa formação. Nesse caso os docentes deverão comprovar ter pelos menos três anos de exercício no magistério na educação básica e realizar sua pré-inscrição no curso correspondente à disciplina que ministra em sala de aula. 

Nos Programas de Formação pedagógica, podem se pré-inscrever docentes graduados não licenciados que se encontram no exercício da docência na rede pública da educação básica.

Para concorrer à vaga nos cursos ofertados, os docentes devem: a) realizar seu cadastro e pré- inscrição na Plataforma Freire; b) estar cadastrado no Educacenso na função docente da rede pública de educação básica; e ter sua pré-inscrição validada pela Secretaria de educação ou órgão equivalente a que estiver vinculado.

A pré-inscrição não garante a matrícula. A efetivação da matricula está condicionada à comprovação dos requisitos para a participação e às normas e procedimentos acadêmicas da Instituição de Educação Superior - IES ofertante do curso.


http://freire.capes.gov.br/index/principal/

Ricardo Janot quer acabar com obrigatoriedade da Bíblia nas escolas

“A inclusão obrigatória de exemplares da Bíblia em escolas e bibliotecas públicas é inconstitucional. Este é o argumento central de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, em quatro ações diretas de inconstitucionalidade propostas no Supremo Tribunal Federal contra leis estaduais de Rio de Janeiro; Rio Grande do Norte; Mato Grosso do Sul; e Amazonas.
Nas quatro ações, Janot alega que os textos que exigem a obrigatoriedade dos livros religiosos ofendem o princípio constitucional da laicidade estatal, descrito no inciso I do artigo 19 da Constituição Federal. O dispositivo proíbe União, estados e municípios de financiar, atrapalhar ou manter alianças com cultos religiosos ou igrejas, com exceção apenas para a colaboração de interesse público.
Na avaliação de Janot, os estados fizeram juízo de valor em suas leis, considerando indispensável apenas a Bíblia nos determinados espaços. Segundo o PGR, seu objetivo é impedir estados incentivem crenças religiosas específicas em detrimento de outras.
“Seu dever (do Estado) com relação aos cidadãos, nessa seara, é o de apenas garantir a todos, independentemente do credo, o exercício dos direitos à liberdade de expressão, de pensamento e de crença, de forma livre, igual e imparcial, sendo vedada, em razão da laicidade, que conceda privilégios ou prestígios injustificados a determinadas religiões”, afirmou.”

(Site do STJ)

sexta-feira, 6 de março de 2015

Originais Do Samba - Se Gritar Pega Ladrão

MEC abre consulta sobre Enem Digital

“Quem quiser dar sugestões sobre o modelo de aplicação online do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode participar da consulta pública aberta pelo Ministério da Educação, na internet. Até o dia 17 de março, é possível dar sugestões sobre a aplicação da prova, assim como sobre a ampliação do banco de itens e segurança do exame.
Após assumir o cargo, o ministro da Educação, Cid Gomes, manifestou a intenção de fazer mudanças no Enem e tornar a aplicação da prova online, para simplificar a logística e reduzir custos. Cid Gomes disse que a proposta seria debatida com técnicos, acadêmicos e com a sociedade para depois ser apresentada à presidenta Dilma Rousseff.
A consulta pública Enem Digital traz três perguntas. A primeira pede sugestões para a ampliação do banco de itens nas quatro áreas de conhecimento do exame – linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias. Na segunda pergunta, os participantes da consulta pública podem sugerir medidas para aprimorar a logística, segurança e aplicação da prova. Na terceira, há espaço para comentários.”

(Agência Brasil)

quinta-feira, 5 de março de 2015

Filosofia e Cinema na EEM Etelvina Gomes Bezerra

A revolução acontece na Granja do Solar, que mais tarde virá a se tornar Granja dos Bichos. Major, um porco de doze anos, sonhara como todos os bichos poderiam sair da escravatura imposta pelos humanos, seus donos, para serem livres. Diz ele que tem que se fazer uma revolução e ser posta em prática o Animalismo, uma analogia ao Comunismo.Onde todos os bichos irão trabalhar para si próprios e que não precisariam serem escravos nunca mais dos seres humanos. Major morre, Bola-de-Neve e Napoleão, dois porcos que ficaram por cuidar das idéias do Major, põem em prática a idéia do Animalismo.Certo dia, os donos da Granja ficaram sem alimentar os animais e estes se revoltaram e tentaram invadir o depósito onde os alimentos se encontravam. Mas Jones e seus ajudantes viram a invasão dos animais e saíram a chicoteá-los. Os animais foram à luta e quando eles menos esperavam conseguiram colocar os donos, Jones e sua mulher, para fora da Granja do Solar. Começa então uma nova vida para os bichos. Todos irão para o campo trabalhar, o trabalho será dividido igualmente, e o fruto deste trabalho também. Os porcos, os únicos que sabiam ler e eram tidos como os animais inteligentes da Granja, ficaram responsáveis pela organização da nova comunidade. Tudo vai correndo bem. A Granja do Solar tivera seu nome mudado para Granja dos Bichos e fora até fabricada uma bandeira verde com um chifre e uma ferradura no centro da bandeira, tendo este símbolo como símbolo do Animalismo. Vejam que até na bandeira Geroge Ornwell faz alusão ao Comunismo.Intrigas virão entre Bola-de-Neve e Napoleão, este por sua vez irá expulsar Bola-de-Neve da Granja por não aceitar as idéias de Napoleão. Aos poucos a escravidão vai ressurgindo. Só que agora os animais não trabalham mais para os humanos e sim para os porcos. Antes os animais que tinha aversão aos seres humanos vão transformando-se iguais a eles. Vai surgindo uma desigualdade social na Granja, onde os cachorros e porcos serão, digamos, um nova burguesia e os demais bichos seus escravos. Os mandamentos que foram criados pelos porcos, os sete, aos poucos vão sendo modificados por ordens de Napoleão. Vai sendo feita também uma certa lavagem cerebral nos bichos. Tendo-se em vista que estes animais não possuem memórias muito boas como as dos porcos, estes inventam inúmeras histórias. Por exemplo, que fora herói da luta pela revolução fora Bola-de-Neve, mas aos poucos, os porcos fazem com que Bola-de-Neve seja visto como traidor dos animais. O livro é de uma extrema crítica, que fique claro, não às idéias do Comunismo, mas ao totalitarismo que fora posto em prática por Stálin. Tanto é tamanha crítica a URSS, que temos Major como Lênin, Bola-de-Neve como Trotsky e Napoleão como Stálin. Quem conhece um pouco sobre a revolução ocorrida na URSS irá ficar de queixo caído de como Geroge Ornwell faz com que uma revolução feita pelos homens seja igualmente possível ser feita por seus bichos. O final do livro é uma coisa esplendorosa, que nos mostra que podemos até tentar mudar o modo de sociedade, mas o ser humano não muda, tanto é que os porcos que viviam em luta com os homens, seus eternos inimigos, tornam-se iguais na sua podridão humana. 
 
 
 
 Texto:George orwell

Sociologia e Cinema na Escola Etelvina Gomes Bezerra



Segue abaixo a análise do filme do Tempos Modernos que estou passando em sala de aula para os alunos do 2º Ano A, B, C e D e 3º Ano A, B, C, D e E. Notamos que os nossos alunos gostaram do filme em questão, foi um bom aprendizado para todos e todas alunos da nossa Escola Etelvina Gomes Bezerra.
Professor Danúsio ALMEIDA
Filosofia e Sociologia.
ANÁLISE DO FILME TEMPOS MODERNOS
O filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, foi lançado em 1936, momento em que ainda se viviam os efeitos da Grande Depressão, provocada pela crise de 1929, período marcado por dificuldades econômicas, desemprego, perseguições políticas e intolerância racial. Por isso, há cenas de passeatas de trabalhadores, filas de desempregados, fome dos mais humildes e falta de apoio do Estado.
Quando o filme foi lançado, o cinema ainda era bastante recente. A maior parte das produções cinematográficas que existia até então narrava histórias de amor ou de aventura. Charles Chaplin ficou muito conhecido pela personagem Carlitos, o vagabundo, que criou em 1914. A última aparição dessa personagem e a primeira vez em que se ouviu sua voz ocorreram justamente em Tempos Modernos, a primeira película sonorizada do autor. Esse personagem e o filme têm grande relevância na carreira do autor, pois representava na época o retrato dos mais fracos, dos mais humildes, da classe trabalhadora.
Na segunda metade do século XIX, o pensador alemão Karl Marx – criador das teorias acerca do socialismo científico – já denunciava o fenômeno da coisificação ou reificação existente nas sociedades capitalistas. Segundo Marx, as relações sociais que aproximam as pessoas se transformam quase que exclusivamente em relações de troca, de interesse, gerando um processo de desvalorização e desumanização do ser humano, que passa a ser visto como “coisa”, como objeto. Tempos Modernos dialoga com a teoria, visto que denuncia a coisificação do ser humano, porque o homem não é visto como pessoa, mas como uma peça na engrenagem da produção industrial. O aumento da velocidade das máquinas, o automatismo desenfreado, a monitoração nos banheiros e a máquina de comida são alguns dos exemplos de como o ser humano é desvalorizado como pessoa.
As cenas que envolvem a invenção da máquina de comida provocam reflexões a respeito não só da supremacia da máquina e da tecnologia, mas também do impacto social provocado por ela. A crítica que pode ser constatada nas cenas é a sátira na crença de que as máquinas são infalíveis na substituição da mão-de-obra humana. Além disso, satiriza a ganância dos patrões, que querem retirar do operário até o horário de almoço. Percebe-se, ainda, a contradição social que é apresentada na invenção de novas máquinas, considerando-se a situação dos trabalhadores da época, afinal não há trabalho para todos, mas os cientistas continuam a inventar máquinas que substituem o trabalho manual de seres humanos. Sob este aspecto, o filme é atualíssimo, já que fenômeno semelhante ocorre hoje em decorrência da tecnologia dos computadores.
Essa produção cinematográfica pode ser comparada a programas do tipo reality show, como Big Brother, e ao filme Matrix – a cena do patrão que monitora os banheiros assemelha-se aos programas de reality show -, pela invasão à privacidade. Com Matrix, o filme guarda certa identidade ao imaginar uma sociedade controlada pelas máquinas e pela tecnologia.

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