Enquanto no Reino Unido um pai obriga o filho a quebrar com
marretadas dois Xboxes – aparelhos de videogames – que, segundo o pai,
teriam colaborado para que o menino tirasse notas baixas na escola,
aqui, os estudantes, cotidianamente, levam para as escolas celulares,
usados também para jogar, e os pais se acham no direito de não quererem
sequer discutir o problema com a Escola; alguns até já levaram aos
tribunais professores que impediram o uso dos aparelhos em sala de aula.
Nem mesmo a lei nº 14.146, de 25 de junho de 2008, sancionada pelo
governador do Estado, inibiu o uso do objeto nas Escolas. Sem fazer
apologia ao que o pai britânico fez, nem tampouco exigindo que os de cá
quebrem os objetos pérfidos que os filhos levam para as aulas, com outro
objetivo que não seja o de receber chamadas ou fazê-las por
necessidade, é imprescindível que uma ação por parte dos pais e da
sociedade seja tomada imediatamente.
Há quem defenda o uso como objeto de aprendizagem, e o é algumas
vezes, mas não há condições de termos aulas somente com celulares, até
mesmo porque nossas escolas não estão todas, nem mesmo a metade,
equipadas com internet banda larga; todavia, há controvérsias, pois
estudos já comprovam o baixo rendimento escolar devido o uso sem
restrições.
O celular tem exigido daqueles que estão no cotidiano escolar um
desgaste desnecessário que poderia ser evitado, caso se a família
conversasse com os filhos ou, simplesmente, não os presenteassem com
objetos que retiram deles a pouca responsabilidade que possuem. Todos os
dias, alunos são notificados por exercerem a má conduta; são
confrontados com a lei exposta nas salas de aulas e outros espaços
escolares; são colocados fora das salas por ficarem ouvindo músicas e
jogando, ao mesmo tempo em que atrapalham o ensino e a aprendizagem dos
poucos que ficam atentos às aulas.
O pai britânico, ao tomar tal atitude, fê-lo sabendo que estava
arrancando do filho o mal que o estava consumindo a ponto de ter o
rendimento escolar depauperado e o menino, na sua comodidade, ainda
alegou que a culpa do baixo rendimento era da professora. Não é de se
estranhar que no final do ano letivo, caso não seja tratada a virulência
do celular nas salas de aulas, a culpa do baixo rendimento venha cair
sobre o professorado.
* Julçara Cavalcante
julcaracavalcante@yahoo.com.br
Professora Doutora em Literatura Investigação e Ensino.
Professora Doutora em Literatura Investigação e Ensino.
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