1. (UEL) “Toda cidade [polis],
portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras
comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma
coisa é seu estágio final. (...) Estas considerações deixam claro que a
cidade é uma criação natural, e que o homem é por natureza um animal
social, e um homem que por natureza, e não por mero acidente, não
fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da
humanidade.” (ARISTÓTELES. Política. 3. ed. Trad. De Mário da Gama Kuri. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1997. p. 15.)
De acordo com o texto de Aristóteles, é correto afirmar que a polis:
a) É instituída por uma convenção entre os homens.
b) Existe por natureza e é da natureza humana buscar a vida em sociedade.
c) Passa a existir por um ato de vontade dos deuses, alheia à vontade humana.
d) É estabelecida pela vontade arbitrária de um déspota.
e) É fundada na razão, que estabelece as leis que a ordenam.
Para
os gregos polis é a Cidade entendida como a comunidade organizada
formada pelos cidadãos, isto é, pelos homens nascidos no solo da Cidade,
livres e iguais portadores de dois direitos inquestionáveis, a isonomia
(igualdade perante a lei) e a isegoria (o direito de expor e discutir
em público opiniões sobre ações que a Cidade deve ou não deve realizar).
Para Aristóteles, “O homem é naturalmente um animal racional e
político, destinado a viver em sociedade”. Resposta Correta: B
2.
(UFSM-PEIES) “Todavia, como é meu intento escrever coisa útil para os
que se interessam, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo
efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar. E muita
gente imaginou repúblicas e principados que nunca serviram nem jamais
foram reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre como se
vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que
se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do
que o modo de se preservar.” (O Príncipe, de Maquiavel.)
Nessa passagem, Maquiavel mostra que o domínio das ações humanas, no
qual está incluída a política, deve ser concebido sob uma perspectiva
realista.
Sobre essa maneira de conceber a política, é possível afirmar:
I. A política deve sempre ser pensada a partir de modelos ideais e da busca de soluções definitivas.
II. A política deve valorizar as experiências e os acontecimentos.
III. Concebe-se que a política deve se regular pelo modo como vivemos e não como deveríamos viver.
IV. Defende-se que a política deve ser orientada por valores universais e crenças sobre como deveria ser a vida em sociedade.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
a) I e II apenas.
b) I, II e II apenas.
c) II e III apenas.
d) III e IV apenas.
e) IV apenas.
Maquiavel rechaça a moral cristã como fundamento e finalidade da política.
Para ele, o governante, se necessário, deve ser cruel e fraudulento
para obter e se manter o poder “Os fins justificam os meios.”.
Tratava-se de uma ideologia que pregava o relativismo da ética e da
moral. Maquiavel entendia o mundo político e o descreveu como ele
realmente é. - Não acredita na existência de um bom governo, encarnada
na figura de um governante virtuoso. - A virtuosidade do governante esta
em bem administrar e comandar o Estado. Resposta Correta: C
3.
(UFU) Muito citado, Nicolau Maquiavel é um dos maiores expoentes do
Renascimento e sua contribuição determinou novos horizontes para a
filosofia política.
A respeito do seu conceito de virtú, analise as assertivas abaixo.
I. A virtú é
a qualidade dos oportunistas, que agem guiados pelo instinto natural e
irracional do egoísmo e almejam, exclusivamente, sua vantagem pessoal.
II. O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e age seguro do seu êxito.
III. Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um homem de virtú, capaz de conhecer as circunstâncias e utilizá-las a seu favor.
IV. Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o príncipe como um predestinado e a virtú como algo que não depende dos fatores históricos.
Assinale a ÚNICA alternativa que contém as assertivas verdadeiras.
a) I, II, e III.
b) II e III.
c) II e IV.
d) II, III e IV.
Segundo Maquiavel, a virtù
seria a capacidade de adaptação aos acontecimentos políticos que
levaria à permanência no poder. Ela seria como uma barragem que deteria
os desígnios do destino. A ideia de fortuna vem da deusa romana da sorte e representa as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos, tanto para bem comopara o mal. Resposta Correta: B
4. (UEL) “O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam de jus naturale,
é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da
maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja,
de sua vida; e conseqüentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio
julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim.” (HOBBES, Thomas. Leviatã. Trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado de natureza em Hobbes, considere as afirmativas a seguir.
I.
Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência diante da
ausência de uma autoridade soberana que detenha o uso da força.
II. Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus interesses pessoais a fim de manter a própria sobrevivência.
III.
A competição e o desejo de fama passam a existir nos homens quando
abandonam o Estado de natureza e ingressam no Estado social.
IV. O homem é naturalmente um ser social, o que lhe garante uma vida harmônica entre seus pares.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
O
estado de natureza foi uma situação hipotética criada para tentar
explicar a situação na qual seriam encontrados os homens antes de se
organizarem em sociedade, antes de qualquer regramento social. Segundo
Hobbes, no estado natural, enquanto que alguns homens possam ser mais
fortes ou mais inteligentes do que outros e nenhum se erguem tão acima
dos demais por forma a estar além do medo de que outro homem lhe possa
fazer mal. Por isso, cada um teria direito a tudo, e uma vez que todas
as coisas são escassas, existia uma constante guerra de todos contra
todos. No entanto, os homens têm um desejo, que é também em interesse
próprio, de acabar com a guerra (buscar a paz), o homem não é dado à
sociabilidade, “O homem é o lobo do homem” e por isso formam sociedades através de um contrato social. Resposta Correta: A
5. (UFU) Thomas Hobbes escreveu que:
“Uma
lei de natureza (lex naturalis) é um preceito ou regra geral,
estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo
o que possa destruir sua vida ou privá-lo dos meios necessários para
preservá-la, ou omitir aquilo que pense poder contribuir melhor para
preservá-la”. (HOBBES, Thomas. Leviatã, São Paulo: Nova Cultural, 1988. Coleção “Os Pensadores”.p.79).
Assinale a alternativa correta.
a) A condição natural do homem é a perfeita harmonia em relação ao seu semelhante.
b) A lei primeira e fundamental da natureza é procurar a paz e segui-la.
c) No estado de natureza, os homens são governados pela razão divina.
d) No estado de natureza, o homem não tem direito a todas as coisas, por isso, ele tem segurança.
Hobbes
destaca que no estado de natureza os homens têm um desejo, que é também
em interesse próprio, de acabar com a guerra (buscar a paz) e por isso
formam sociedades entrando num contrato social. Resposta Correta: B
6.
(UFSM) Na citação: “- Chama-se gato uma ligação elétrica clandestina
entre a rede e uma residência. Usualmente, o gato infringe normas de
segurança, porque é feito de pessoas não-especializadas. O choque
elétrico, que pode ocorrer devido a um gato malfeito, é causado por uma
corrente elétrica que passa através do corpo humano – ”.
Observamos no trecho um problema de ordem política e econômica. Considere a teoria política hobbesiana, que afirma:
“Onde
não há propriedade não pode haver injustiça e onde não foi estabelecido
um poder coercitivo, isto é, onde não há Estado, não há propriedade,
pois todos os homens têm direito a todas as coisas”
Assim, a prática dos “gatos”, uma vez que vivemos sob o regime de um Estado, implíca uma
I. injustiça porque lesa o direito à propriedade privada.
II. injustiça porque as ligações clandestinas representam um perigo para as pessoas.
III. ilegalidade por desobedecer à legislação do Estado sobre a propriedade privada.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas I e III
Segundo
Hobbes, os indivíduos no estado de natureza têm direito a tudo e, uma
vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante guerra de
todos contra todos. No entanto, através de uma espécie de contrato social
eles passam a constituir um corpo político onde são a favor de um
soberano, que pode ser um rei absoluto que cria as leis e governa como
quer, porém é possível alcançar progresso e a propriedade privada é um
direito civil onde o estado civil garante a segurança da mesma. Resposta Correta: E
7.
(UFSM) “A história oficial nos faz acreditar que os portugueses, ao
desembarcarem no Brasil, encontraram um Éden terrestre, pleno de
florestas intocadas, fauna abundante, praias paradisíacas. Um lugar onde
os bons selvagens reinariam em plena sintonia com a natureza”. (National Geographic, maio 2007. p. 60).
A ideia de “bons selvagens” contraria a tese de que:
I. o homem é bom por natureza, à sociedade o corrompe.
II. o homem é mau por natureza, vivendo em permanente guerra de todos contra todos.
III. todos por natureza, são livres e iguais.
Está(ão) correta(s):
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e II apenas.
e) I, II e III.
Para
Rousseau no estado de natureza, não há lutas, os homens se comunicam
por gestos, gritos generosos, o homem é um bom selvagem que nasce livre
com impulsos irrestritos. Eles criam o estado civil por livre
associação, convenção e deliberadamente resolvem formar certo tipo de
sociedade à qual passam a prestar obediência mediante o respeito à
vontade geral. Mas, a criar um conjunto de forças e leis para se
protegerem estas lhes castra a liberdade e o homem perde a liberdade
natural ilimitada e ganha a liberdade moral (civil). Resposta Correta: B
8.
(UFU) De acordo com Rousseau, “A passagem do estado de natureza para o
estado civil determina no homem uma mudança muito notável, substituindo
na sua conduta o instinto pela justiça e dando às suas ações a
moralidade que antes lhes faltava.” (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Coleção Os Pensadores. p.36.)
Sobre a passagem do estado de natureza para o estado civil, é correto afirmar que:
a)
o homem mantém a liberdade natural e o direito irrestrito, e ainda
ganha uma moralidade muito particular guiada pelo seu puro apetite.
b) o homem perde a liberdade natural e o direito à propriedade, mas adquire a obrigação de seguir sua própria vontade.
c) o homem perde a liberdade natural e o direito ilimitado, mas ganha a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui.
d) o homem mantém a liberdade natural e o direito ilimitado, mas abdica da liberdade civil em favor da liberdade moral.
Segundo
Rousseau, os homens formam o estado civil, pela livre
associação/convenção, e passam a prestar obediência mediante o respeito à
vontade geral (como a maioria definiu). Mas, a criar um conjunto de
forças e leis para se protegerem estas lhes castra a liberdade e o homem
perde a liberdade natural ilimitada e ganha a liberdade moral (ganha a
regra/norma/lei) e o Estado garante à propriedade privada através das
leis. Resposta Correta: C
9.
(UFSM) Os comunitaristas enfatizam o bem comum, não os direitos e
liberdades dos indivíduos. “Afirmam que a promoção constante da escolha
individual muitas vezes prejudica o interesse público”. (Stephen Law, 2008.)
Na
posição defendida pelo comunitarismo, herdeiro direto do aristotelismo,
o papel do Estado, conforme Stephen Law, consiste em promover
I. o bem comum como critério primeiro das escolhas individuais.
II. as escolhas individuais como meio para alcançar o interesse público.
III. constantemente as liberdades individuais como motivadoras do bem comum.
Está(ão) correta(s)
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
Para
os comunitaristas há um tipo de moralidade baseada nas práticas das
comunidades realmente existentes. Eles optam pelos valores comunitários,
o que acarreta em um tipo de sociedade que não é governada pela
imparcialidade de instituições, mas sim pelo bem comum. A fonte ética
central dos comunitaristas é a comunidade e seus valores e não o
indivíduo racional e universal. O indivíduo tem obrigações éticas para
com a finalidade social, deve viver para a sua comunidade organizada em
torno de uma só ideia substantiva de bem comum. Resposta correta: A