Capistrano de Abreu, filho de Maranguape, historiador e intelectual do século XIX. Nesta época, Fortaleza vivia momentos de crescimento cultural e social, com os famosos “cafés” na Praça do Ferreira. A Academia Francesa foi a sua agremiação literária, onde bebeu na fonte de um Taine e Spencer. Porém, foi no Rio de Janeiro que Abreu desenvolveu seu trabalho historiográfico. Capistrano foi um naturalista por abordar o Sertão cearense com sua relação econômica e social. O Ceará do gado, dos índios cearenses Tabajaras e Cariris.
Capistrano de Abreu publicou Caminhos Antigos e Povoamento do Brasil entre 1884 a 1924, ou seja, a conclusão do livro em estudo no século XX. Uma obra moderna, porém com um enfoque colonial. Esta obra vai ser analisada, criticamente em três partes: primeiro: Os Caminhos Antigos e o Povoamento do Brasil, o segundo com Uma História do Ceará e o terceiro com o Tricentenário do Ceará.
Parte I : Os Caminhos Antigos e o Povoamento do Brasil
Neste primeiro momento, Capistrano fala como ocorreu o povoamento desde o Maranhão a Santa Catarina. É um historiador que vai centra na natureza, ou seja, o homem diante das intempéries do seu ambiente em que vive. Por exemplo, o sertão cearense ou Vale do Paraíba. O homem convivendo com sua economia de subsistência colonial. O sertanejo com seu gado e os paulistas com suas entradas e bandeiras em busca de índios e ouro. Capistrano observa vários aspectos humanos e geográficos como: a chegada de navegadores espanhóis e portugueses como Diogo de Gouveia, Cristovão Jacques e Vicente Pinzón. O trabalho administrativo dos donatários, aqui no Ceará, Antônio Cardoso de Barros e São Vicente, um Martim Afonso de Sousa. Os aspectos geográficos do sertão nordestino. A baía de todos, vale do Paraíba e Itamaracá pernambucano. Também, a vinda dos religiosos Padre Anchieta e Frei Caneca. É um tratado historiográfico que retrata os porquês e os fatos do povoamento no Ceará e no Brasil. Capistrano não faz alusão da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, e sim fala da chegada do navegador espanhol Vicente Pinzón no Mucuripe, Ceará. Historicamente, Abreu tem uma certa preferência pelos espanhóis. Os portugueses não foram comentados nesta obra. Não tem importância. Será que a Espanha tem uma melhor cultura para o nosso povoamento. Fica a dúvida.
Parte II – Sobre um História do Ceará
I
É um artigo de Barão de Studart publicada em 1899, numa revista do Instituto Histórico do Ceará. Este artigo foi colocado na obra “os caminhos antigos e o povoamento, porque se refere a esta obra. O Tratado de Tordesilhas foi definitivo para estabelecer os limites a serem explorados. Então, somente Portugal tinha conhecimento do espaço geográfico da América do Sul a ser colonizado. Espanha ficou no prejuízo com pouca extensão terras. Com a Uniao Ibérica (1580 – 1640 ), os portugueses ganharam tempo adiando os limites no Prata e no Amazonas. E o Ceará não podia ficar parado. Precisava definir seus limites em em 1597 ao lado do Rio Grande do Norte e Paraíba. Pero Coelho chega ao Ceará em 1603. É expulso pelos índios. Em 1607, os padres Francisco Pinto e Luís Figueira não conseguiram sucesso. Porém, Martim Soares Moreno se efetivou o fundador do Ceará. José de Alencar vai chamá-lo de Caramuru em sua obra, Iracema. Em 1613, Martim Soares Moreno vai para o Maranhão. O Ceará fica sem ninguém. É expulso os franceses em 1615. O Amazonas é mais importante que o Ceará. O Ceará é anexado ao Maranhão. Os holandeses estiveram no Ceará, onde notamos a sua presença no Cocó e o rio Pajéu. Os holandeses foram expulsos e o Ceará fica pertencendo agora a Pernambuco. O Ceará criava gados no seu litoral e com uma população pequena. A comunicação com Pernambuco era difícil. O Ceará ainda não tinha estrutura de cidade. No século XVIII, surgi a primeira vila do Ceará em Iguape, Barra do Ceará, Aquiraz e Fortaleza. Aqui, destaca a população que reinvidicava mudanças de vila. Em 1725 existia duas vilas: Aquiraz e Fortaleza.
II
Os bandeirantes paulistas contribuíram no povoamento do Ceará. Aqui, vieram dois conquistadores: Matias Cardoso e Morais Navarro. Onde estivram no Pajéu e no baixo Jaguaribe. Por fim do século XVII, os índios cearenses viviam em paz e a atividade de trabalho da população cearense era a criação de gado. A agricultura rudimentar e para a subsistência para o consumo local. No sistema pastoril cearense, os ricos obtinha Sesmaria. E os fazendeiros estabeleciam as terras adquiridas. E que seria os trabalhadores das fazendas? Foram os escravos mesmo. Nota-se a desunião entre os fazendeiros ricos. Aqui, ocorreu a luta entre duas famílias: Montes e Feitosas durante o ano de 1750.
Com a seca começa a decandência. O gado se dirigia para o litoral: Aracati e Fortaleza. Onde notamos a criação de caminhos entre o Sertão e o litoral. Em Aracati, a carne de charque era importada para Pernambuco. Com isso, o Ceara pode comerciar com Portugal e tornar livre de Pernambuco.
Parte III – Tricentenário do Ceará
I
Há uma curiosidade sobre a viagem dos jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira. O padre Pinto foi trucidado pelos Tabajaras, enquanto o Figueira morreu em alto mar. Martim Soares Moreno, fundador do Ceará, tinha grande influencia dos naturais, dos índios. Em 1611 fundou o forte que leva o nome da capital, Fortaleza. Era um guerreiro e aliado dos indios cearenses. Ficou conhecido como Jacaúna. Esteve em Sevilha em 1614. Várias vezes no Maranhão. Foi um Sargento-mor no Maranhão. Em 1621, com poucos recursos começa um Projeto de fortificação e catequese. Em 1626, o Governado do Maranhão Francisco Coelho fala “A fortaleza era fraca e desbaratada com uma peça de artilharia”. Contra a vontade de Martins Soares, o Governador do Maranhão anexou o Ceará ao Maranhão. A metrópole ficou do lado de Martim Soares. Porém, o Ceará fez parte do Maranhão. Moreno ao saber da invasão holandesa desliga da História cearense. Seria interessante o autor do livro abordar sobre a História dos padres Francisco Pinto e Luiz Figueira. Porém, relata de forma superficial, não vai de forma explicar o que houve com o trabalhos destes dois baluartes da povoação do Ceará. Relata que estes padres passarem em Uruburetama e foram para a Serra Grande.
II
Nesta parte é relatada a influência de Pernambuco. Os tupinambás e potiguares prolongavam-se do norte de Pernambuco até o Jaguaribe. Nesta seção é discituda a passagem dos padres Pinto e Figueira no Ceará de forma mais detalhada. Aqui, da uma maior importância os trabalhos destes religiosos. Os padres forma mandados ao Maranhão. Porém, não conseguiram chegar, foram eliminados pelos indios e mares dantes navaegados.
José de Almeida Cavalcante, em junho de 2010.
Resenha feito para nota da Especialização em Metodologias em Ciências Humanas e Sociais -UFC 2010
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