A questão dos recursos hídricos na convivência com o semi-árido
Nos últimos anos a humanidade vem enfrentando diversas crises relacionadas à água, tais crises se identificam pelo aumento da demanda da água, por sua redução e principalmente pela degradação por causa da poluição. A evolução do movimento ambientalista no Brasil demonstra que o uso dos recursos hídricos e sua conservação é um dos principais desafios do desenvolvimento sustentável, principalmente em regiões como o semi-árido brasileiro.
São diversos os problemas relacionados à gestão dos recursos hídricos nas regiões semi-áridas, entre eles se destacam a crescente poluição por meio dos sistemas ineficientes de uso do solo, pela inexistência em sua grande maioria de cobertura de esgotos sanitários nos municípios, e pela falta de sistemas de gerenciamento dos resíduos sólidos em suas sedes. Esses problemas tem favorecido a uma luta constante pela a água e pela a vida no semi-árido é tem se tornado uma questão bastante preocupante principalmente em períodos de estiagem, proporcionando assim um ambiente altamente vulnerável ao aumento de doenças vinculadas a péssima qualidade da água e a elevados níveis de mortalidade infantil, segundo cartilha da ASA.
Um fato que tem causado impacto neste cenário, esta relacionado as tecnologias de convivência com semi árido, que nos últimos anos vêm transformando as regiões do semi-árido, organizações da sociedade civil juntamente com agricultores e agricultoras passaram a intervir de forma positiva nessas comunidades que tem como uma de suas principais técnicas à captação e armazenamento de água da chuva para o consumo humano e para a dessedentação de animais, através do manejo adequado da terra e dos recursos hídricos promovendo a conscientização ambiental. Tais ações desconstrõem o mito da região seca, miserável e improdutiva.
Programas como Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) que na diocese de Itapipoca são desenvolvidos pela Cáritas Diocesana e CETRA – Centro de Estudos do Trabalho e Assessoria ao Trabalhador, e visam uma nova forma de gestão dos recursos hídricos com bases em ações sustentáveis. Nesses projetos a instituição tem como objetivo inserir tecnologias de convivência com o Semiárido, para potencializar o processo produtivo familiar com praticas sustentáveis, ecológicas fortalecendo a segurança alimentar e a geração de renda.
Portanto, intervenções e políticas publicas que melhorem a qualidade de vida nas regiões semiáridas impactadas pelos efeitos das mudanças climáticas, devem ser sempre reivindicadas e solicitadas. A Caritas convida a todos a refletirem as experiências vividas, visando que uma nova percepção ambiental e um mundo mais sustentável e solidário são ações que se podem ser alcançadas.
Rodrigo Kleber Oliveira do Nascimento, estudante de Técnico em meio ambiente,estagiário da Cáritas Diocesana de Itapipoca.
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