Mais uma vez, somos chamados a exercer o nosso sagrado dever de votar, de escolher as pessoas que irão nos representar no governo do Estado e do País. Neste tempo de campanha eleitoral, vemos todo tipo de pessoas postulando os cargos em eleição, fazendo todo tipo de promessas e apresentando soluções para todos os problemas. São gastas quantias enormes de dinheiro para a propaganda, não tanto das ideias e projetos, mas para a projeção dos candidatos, que aparecem como salvadores da Pátria.
Muitas pessoas pensam assim: "É tempo de eleições. Vou aproveitar para tirar vantagem, tirar do candidato um dinheirinho ou alguma coisa de que preciso. Não quero nem saber o que ele vai fazer se for eleito". Este modo de pensar e agir é que traz atraso para o nosso país, o nosso Estado, o nosso município. É a mentalidade e a cultura do individualismo e da corrupção. Deste modo, acabamos colocando no poder pessoas que pensam e agem do mesmo jeito, pessoas interesseiras, egoístas, gananciosas e descomprometidas com o bem comum. Querem chegar ao poder para se beneficiar e favorecer seus amigos e grupos de apoio e não beneficiar o povo, trabalhando por melhores condições de vida, de saúde, educação, segurança de toda a população.
Nestes últimos anos, tem crescido, graças a Deus, a formação de uma consciência política responsável em nosso País. Duas conquistas importantes de iniciativa popular: a Lei 9840, Contra a Corrupção Eleitoral, que pune os políticos que compram votos, e a chamada Lei da Ficha Limpa, que impede pessoas julgadas e condenadas por qualquer tipo de crime de se candidatar a cargos públicos. Mas isso não basta e não vai resolver se não houver uma mudança da mentalidade do "o que eu vou ganhar com isso?" para "o quê nós vamos ganhar, o quê vai ser bom para todos nós?" Para tanto, precisamos conhecer bem os candidatos, verificar o seu passado, seu compromisso com as questões sociais e seus valores humanos e cristãos, a honestidade em sua vida pessoal, pública e profissional.
Grande parte dos problemas que nos afligem até hoje, como a pobreza, a falta de emprego, a precariedade da educação e da saúde, a falta de água e saneamento básico, a violência crescente, seria solucionada se os recursos públicos fossem corretamente aplicados, sem os desvios e a corrupção em todos os níveis. Está na hora de fazermos a mudança deste esquema, elegendo pessoas comprovadamente competentes, preparadas e comprometidas com a vida e a dignidade da pessoa humana e a ética na política.
Dom Antônio Roberto Cavuto
Bispo Diocesano de Itapipoca
Fonte:http://www.diocesedeitapipoca.org.br
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