sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Homens e Caranguejos de Josué de Castro por Danúsio ALMEIDA*

RESENHA CRÍTICA do Romance Homens e caranguejos de Josué de Castro.


Introdução.

      Homens e caranguejos é um retrato da realidade do mangue pernambucano. Onde a população convive com a lama. Com o caranguejo, que é a sua comida, que é a sua vida. Feurbach, filosofo alemão já falava:

“Nós somos o que comemos”.

Então, aquele homem do mangue é um caranguejo, porque se o homem come caranguejo ele passa ser um caranguejo, onde até mesmo Josué de Castro diz:

“Cedo me dei conta deste estranho mimetismo: os homens se assemelhando emtudo aos caranguejos. Arrastando-se, acachapando-se como um caranguejo para poderem sobreviver. Parados como os caranguejos na beira da água ou caminhando para trás’

O Autor

       Tive contato com os trabalhos de Josué de Castro, já no primeiro ano do Governo LULA. Era o ano de 2005. Era discutido na Universidade Federal a problemática da fome. Neste mesmo ano estava ocorrendo uma exposição e debates das obras de Josué de Castro no Centro Cultural do Banco do Nordeste. Josue de Castro foi um baluarte da Geografia da Fome. Comparado a um Euclides da Cunha, pois a sua formação era outra área universitária. Euclides era Engenheiro e Castro era um Médico. Mas todos gostavam de fazer Geografia. Portanto, foi um dos precursores do estudo geográfico de combate a fome no Nordeste. Josué bem que merecia o Prêmio Nobel da Paz. Mas, era no momento de ganhar, porque foi expulso do Brasil. A Ditadura não gosta dos seus escritos sobre a Fome no Brasil.

O Romance

    A narrativa se passa em Recife, capital pernambucana, terra das antigas residências e dos mocambos. Recife dos mangues e dos balaieiros vendedores de frutas e verduras na feira dos afogados. O caranguejo e a lama dos mangues são relacionados de forma brilhante no texto. A lama é o caranguejo. O caranguejo é a lama. O povo depende do caranguejo para comer, onde a carne feita de lama compõe o seu próprio corpo. São mais de mil homens feitos de caranguejos. Onde notamos um ciclo entre o caranguejo e o homem. O homem e o caranguejo na lama. Tudo isso, geograficamente, sobre a luz dos trópicos. Ao lado um mar e sons gritantes. São os operários indo para o trabalho, dos bairros vizinhos Afogados e Santa Amaro.

     Os mocambos despertam cedo com os apitos das fábricas. A população acorda para um novo dia. Aparecer nas ruelas. O mangue é a sua luta. É homem. É mulher e até os meninos caie no mangue. Neste movimento, acorda, o nosso protagonista, João Paulo. Ao ser despertado pelo seu pai com pontapés. Na mesa do café é servido um caldo de caranguejo, onde o menino bebe o caldo e chupa as patas do caranguejo. O nome do seu pai é Zé Luis. Uma certa vez o menino pergunta ao pai: Como a gente venho parar no Mangue? O pai disse que foi o destino. É uma longa história.

J    João Paulo vai levar a casa do Padre Aristides, uma carga de caranguejo. É o presente do seu pai ao padre. João Paulo fica ate mesmo preocupado com esta situação que tem levar um presente ao Padre. Então, já perto do seu mocambos encontra vários tipos de pessoas como: A Negra Idalina, tem um neto de nome Carlinho (Este companheiro de pesca de João Paulo). Onde esta negra tem um porco que cria para engorda para vender no Natal e comprar a roupa da primeira comunhão do Carlinho. Depois, das conversas com Idalinas, segui o seu caminho e encontra Cosme, um paralitico que vivia na sua casinha com um pequeno espelho a olhar todos que vão passando no caminho em frente do seu mocambo. João Paulo cumprimenta Cosme. E começa a conversar com ele. João Paulo encontra dois garotos no caminho,onde brinca com eles. Não pode parar continuar seu caminhar. Pois, o Padre o espera. Uma turma de menino estão jogando futebol, e João Paulo dá um chute na bola, onde esta vai parar no mar. Os meninos correm atrás de João Paulo. E corre... E dá uma parada embaixo de uma árvore. Pensa no Sertão, local onde morava antes. Lembra do pátio da fazenda, do mugir do boi e cotidiano sertanejo. Um ruído de um avião, faz João Paulo voltar a sua realidade. Não esta mais no Sertão e sim no Mangue, no Recife, no Ciclo do Caranguejo. Vai ao seu destino.

      De encontro ao Padre Aristides, onde este era um homem gordo com braços curtos. João Paulo entrega a encomenda do seu pai, Zé Luis. Aparece um homem de chapéu e com peru para dar como promessa a São Sebastião. O padre reaparece com um bombo,onde intriga aquele homenzinho. Como pode um padre tocar um bombo no meio de todo o mundo. Um padre que tocava tambor. O povo pensava que tinha perdido o juízo. Assim, era o padre e João Paulo tocavam tambor no campo. Esse tocar do padre torna-se uma lenda em toda a comunidade. Onde é comentada até mesmo na Arquidiocese de Recife. O sacristão Veremundo conta ao padre que o povo esta pensando dele. O padre rir demais desta fofocas. O padre explica o sentido de tocar tambor, que era para pegar o caranguejo guaiamu. Bombo ajuda na captura do caranguejo branquinho. O padre explicou com todos da sua paróquia. Então, as coisas ficaram esclarecidos. Agora, João Paulo e o Padre Aristides podiam pegar guaiamu á vontade.




Fortaleza, Agosto de 2010

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