Educação continua não sendo prioridade de governo

Não é de hoje nem de ontem que os nossos candidatos a cargos eletivos usam a educação como tema de promessas em campanha eleitoral, independentemente de suas siglas partidárias, de governo ou de oposição. E sempre afirmam: “se eleitos a educação e a valorização profissional do professor, com capacitação continuada, serão nossas prioridades das prioridades”.

Terminado o pleito e consumado o resultado das urnas, seguido de posse, a educação e os professores voltam a ser esquecidos por mais quatro anos.

A população brasileira vem aumentando sistematicamente, segundo censos demográficos; a economia nacional em crescimento; e, na contramão da história os nossos governantes políticos continuam insensíveis para com a educação. Esta permanece sem oportunidade de oferecer ensino qualificado nem formação tecnológica para o aluno matriculado na escola da rede pública de ensino.

Então, como o filho de um do trabalhador, aluno da escola pública, terá condições de competir com um estudante de melhor ensino na escola particular, a oportunidades de emprego? O mercado de trabalho exige hoje formação profissional e conhecimento de tecnológica, o que não ensina a escola.

Esse processo de formação ainda está longe da escola na rede pública de ensino. Longe também das “decisões políticas” dos nossos governantes públicos, ou seja, dos mesmos que descem dos palanques eleitorais e esquecem a educação prometida.

Por outro lado, a educação com qualidade só se obtém com maciços investimentos no chamado tripé educacional: escola, professor e aluno.

A luta do Sindicato – APEOC sempre trilhou a busca da educação com qualidade, evidenciado necessidade de investimentos nesse chamado tripé educacional, principalmente a partir do professor como pilastra da estrutura de sustentação intelectual e moral na comunidade escolar. Sem valorização continuada do professor, através de capacitação profissional e do pagamento de salário digno, estabelecido em piso nacional, não há condição mínima de existir educação de qualidade na rede pública de ensino.

Nesta campanha eleitoral de 2010, nenhum candidato de oposição nem de governo sinalizou desejo de comentar o piso nacional de salário dos professores da Educação Básica, apesar da matéria ser objeto de julgamento no Supremo Tribunal Federal, desde dezembro de 2008. Portanto, há quase dois anos engavetado nesta Corte de Justiça e prejudicando milhões de professores em todo território nacional e muito mais a educação na chamada escola pública.

Todos os candidatos à presidência da República abordaram segurança nacional, drogas, saúde, emprego, déficit habitacional e outros relevantes e irrelevantes assuntos. Porém esqueceram a principal coluna de sustentação de todas as políticas sociais: a educação com valorização do professor.

“Sem educação não há cidadania” e esta é a luta continuada do Sindicato – APEOC, que sempre dizia o saudado professor Jaime Alencar: ser eterna ou ser até quando não mais existir discriminação de qualidade de ensino, entre a escola particular e a escola na rede pública.

Editorial do Sindicato – APEOC