A agroecologia nos leva a repensar os estilos de desenvolvimento rural a partir da ética ecológica e sociocultural, dentro de uma perspectiva de sustentabilidade. Ao contrário da ciência convencional, que utiliza uma forma de conhecimento atomista, mecânica e universal, a Agroecologia propõe gerar um conhecimento contextualizado, subjetivo e pluralista, nascido a partir das culturas locais, respeitando a diversidade ecológica e sociocultural e, portanto, outras formas de conhecimento.
Neste sentido, pode-se destacar a agroecologia como um novo campo de estudos que contribui para o desenho de estratégias de desenvolvimento rural sustentável, enfatizando alguns elementos que podem servir como orientadores de ações de desenvolvimento local ou endógeno destacando a necessidade de construção e reconstrução do conhecimento local, como estratégia básica para processos de transição agroecológica.
A esse respeito, pode-se destacar a feira agroecológica e solidária de Cemoaba, realizada pelos agricultores e agricultoras das comunidades de Leão, Seridó, Urubu e Riachão, com o apoio da Cáritas Diocesana de Itapipoca, uma estratégia baseada no descobrimento das potencialidades locais de desenvolvimento definida a partir da própria identidade e do espaço em que estão inseridos os agricultores e agricultoras.
Portanto, não se trata de levar soluções prontas para a comunidade, mas de detectar aquelas que existem localmente e "acompanhar" e animar os processos de transformação existentes em uma dinâmica participativa. Este é o núcleo central da nossa proposição, é a proposta da Cáritas, é a agricultura participativa que trata de gerar elementos para o desenho de métodos de desenvolvimento sustentável de grupos ou comunidades, a partir do contexto e com base nos princípios da Agroecologia.
Contudo, a feira agroecológica é apenas uma das propostas desenvolvidas pela Cáritas a partir da consciência ética e ambiental dos cuidados com a natureza, considerando que não existe desenvolvimento rural se este não estiver baseado na agricultura e na sua articulação com o sistema sociocultural local, como suporte para a manutenção dos recursos naturais.
Vale destacar que a Feira Agroecológica e Solidária de Cemoaba continua acontecendo. A próxima já está prevista para o dia 13 de maio, na Praça da Cemoaba, a partir das 6h.
Sanny Maria Araujo Teixeira
Comunicadora da Cáritas
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