Os discursos inflamados de representantes de professores de todas as regiões do Estado, incluindo a Capital, já antecipavam a decisão que seria tomada pela categoria, ontem, em Assembleia Geral, no Ginásio Aécio de Borba. Em resposta ao pedido de ilegalidade da greve por parte do governador Cid Gomes (PSB), decretada na última sexta-feira pelo desembargador Emanuel Leite Albuquerque, os professores optaram por continuar a paralisação, que já dura 25 dias.
“Nós temos todo o interesse na negociação, mas ela foi interrompida pelo pedido e decretação da ilegalidade da greve. O governador poderia ter protelado o pedido. Nos sentimos traídos”, justificou o presidente do Sindicatos dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc), Anízio Melo, aos cerca de 5 mil professores de 60 municípios que lotavam o Ginásio.
Segundo a assessoria jurídica do Sindicato, a Apeoc ainda não foi notificada oficialmente da decisão do desembargador, mas garantiu que vai recorrer assim que for intimada. Depois da notificação, os professores têm até 48 horas para voltar às atividades, sob pena de pagarem multa de R$ 10 mil para cada dia de descumprimento da decisão.
Decisão
De acordo com o advogado do Sindicato, Ítalo Bezerra, os professores não foram ouvidos pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE). “Não nos foi dada a oportunidade de nos defendermos”, reclamou Bezerra. Além de considerar que o Sindicato não cumpriu dispositivos da Lei de Greve, o desembargador também alega que a paralisação causa prejuízos a “milhares de jovens” e põe em risco a “saúde e sobrevivência dos estudantes, que, como se sabe, dependem das refeições escolares para suas nutrições”.
SERVIÇO
Nova Assembleia Geral dos Professores
Dia: 2 de setembro (sexta-feira)
Horário: 15 horas
Local: Ginásio Aécio de Borba (ao lado do Estádio Presidente Vargas)
ENTENDA A NOTÍCIA
O impasse entre os professores estaduais e o governador Cid Gomes (PSB) parece estar longe do fim. O governador havia prometido voltar às negociações caso a greve fosse suspensa, mas a categoria decidiu manter a paralisação.
O Povo
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