Categoria está em estado de greve desde o último dia 30. Para pressionar, educadores fazem vigília sexta-feira
O Ceará está ocupando a 23ª posição no ranking das remunerações pagas aos professores estaduais, tendo assim o quinto pior salário do País recebido pelo magistrados licenciados, com jornada de 40 horas-aula semanais e em início de carreira. O Estado está à frente apenas da Paraíba, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Enquanto um servidor de Roraima ganha R$ 4.047,49 - a maior remuneração do País - no Ceará o valor cai bastante, sobrando apenas R$ 1.461,51 na folha de pagamento no fim do mês. Uma diferença de R$ 2.585. A hora aula no Estado é R$ 7,31, três vezes menor que os R$ 20,24 pagos em Roraima.
Estes e outros dados foram divulgados ontem por um estudo feito pelo Sindicato dos Professores no Estado do Ceará (Apeoc). A categoria está em estado de greve desde o último dia 30 e promete fazer uma vigília, na próxima sexta-feira, no Palácio do Governo, durante apresentação de proposta salarial em rodada de negociação com o governador Cid Gomes.
"A regularidade ou não das aulas do segundo semestre está nas mãos de Cid Gomes", diz o presidente da Apeoc, Anísio Melo. Uma nova assembleia geral da categoria está marcada para o próximo dia 1º de agosto.
Para Melo, a desvalorização tem sido constante. O professor, segundo ele, chegou a ganhar dez salários mínimos nos anos 1980, hoje recebe 2,68 salários. Conforme o estudo, o Maranhão, 3º no ranking geral e 1º do Nordeste, paga R$ 3.263,38, mais de cinco salários mínimos.
"Queremos a aplicação do piso nacional e implicação dele na carreira. O Estado tem como pagar melhor, tem que rever esta precarização salarial. É uma grande vergonha", cita o vice-presidente Reginaldo Pinheiro. Ele destaca também a redução nas aplicações gerais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "Os investimentos do Fundeb só têm caído. Em 2009 o Ceará aplicou 64% do total disponível para pagamento dos magistrados. Em 2010 ficou só em 62%", ressalta.
Sobre estes resultados, a Secretaria de Educação do Ceará (Seduc) informa que só irá se pronunciar após recebimento e análise dos dados. Ressalta, ainda, que já vem oferecendo benefícios, entre eles: implantação da aposentadoria, progressão horizontal, equiparação salarial entre professor efetivos e temporários, antecipação do pagamento de 50% do 13º, apresentação de proposta de lei para financiamento de um computador para cada educador e estudo das propostas de Cargos, Carreiras e Remunerações.
DN
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