"Mas é a escola pública que vai manter a tradição da cultura brasileira. É na escola que as coisas mudam. Fui favorecida com uma experiência com um grupo de assessoria. Não essa assessoria que cobra um absurdo das prefeituras e vai uma vez por mês, reúne o pessoal, fala bonito e deixa apostilas. Mas uma assessoria que fica, faz a pesquisa lá, planeja junto.
Em Jucás. A transformação que estamos vendo acontecer... Provoco e chamo as universidades para irem fazer pesquisa lá. O que está acontecendo em Jucás: as escolas estão crescendo, sob todos os aspectos. A assessoria é sistemática, vai semanalmente, passa dois dias, trabalhando a equipe técnica da Secretaria (de Educação), os diretores. Ao fazermos a descentralização, a escola passou a administrar seu dinheiro. Passaram a ter autonomia de mudar a porta, botar ventilador na classe, mudar as carteiras.
A criança carente tem condições, aprende. Desde que seja trabalhada, e respeitada, e amada. Dar valor ao magistério é organizar escola por escola. Não acredito em mudança de outro tipo. Chegará o dia em que a sociedade vai querer homens corretos, cidadãos. E não vamos ter. Porque vão ser médicos, advogados e vão dizer: “Não vou pro Interior se não me pagarem R$ 5 mil”. Qual o compromisso que têm com o pobre, com a sociedade? O compromisso é com o seu carro, seu belo apartamento, suas férias fora... Claro que não é justo que, para ter bom salário, eu tenha três empregos. E não há nada melhor do que chegar no fim da profissão e dizer: “Era isso que eu queria, foi isso que sonhei”
Jornal O Povo
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