ONU APROVA INTERVENÇÃO MILITAR NA LÍBIA EM MEIO À "VISITA" DE OBAMA AO BRASIL 

DERROTAR AS TROPAS DA OTAN E TODA A CORJA REACIONÁRIA PRÓ-MONARQUIA! 
UNIDADE DE AÇÃO COM O GOVERNO KADAFFI E TODA AS FORÇAS QUE LUTEM PARA COMBATER A INVASÃO IMPERIALISTA! 

O Conselho de segurança da ONU aprovou na noite desta quinta-feira, 17 de março, o uso da força militar contra o governo Kadaffi. A resolução apresentada pela França, Inglaterra, EUA e, pasmem, pelo governo do Líbano (Hezbolah), determina a implementação de uma "zona de exclusão aérea", que autoriza o abate de aviões do regime líbio. A medida determina ainda embargo econômico e o confisco dos fundos da "Libian National Oil Corp" e do Banco Central da Líbia depositados em bancos internacionais. Imediatamente após a votação no Conselho de Segurança da ONU, os governos dos EUA, França e Inglaterra enviaram seus caças para sobrevoar a região, apoiando-se na base militar de Sigonella no sul da Itália, controlada pela OTAN. O anúncio da intervenção imperialista foi recebido com comemoração por milhares de "manifestantes" na cidade de Benghazi. A TV árabe Al Jazeera noticiou que à noite "fogos de artifício e tiros para o ar" foram disparados pelo comando da "resistência", estreitamente ligada aos serviços de inteligência dos EUA já estacionados em Benghazi há cerca de um mês. Na verdade, a reivindicação feita já há algum tempo pela direção das forças da "oposição revolucionária" para que a OTAN derrubasse os aviões da força aérea líbia só foi adotada quando os EUA conseguiram um acordo com a China e a Rússia, através de uma barganha podre que envolveu um compromisso ianque de distencionamento militar sobre a Ásia Ocidental. 

A iminência de um covarde bombardeio das tropas imperialistas à nação líbia coincide justamente com a chegada de Obama ao Brasil. O "imperador" desembarca em nosso país a convite do governo capacho da frente popular para acentuar os laços do servilismo estatal e espoliação econômica sobre nosso povo trabalhador. Não foi à toa que o Brasil se absteve na ONU de votar contra a intervenção militar imperialista na Líbia, seguindo os passos das corruptas "neo" burguesias da China e Rússia. Estavam dadas excepcionais condições políticas para se organizar um grande repúdio de massas a presença do novo carniceiro negro imperialista, promotor de golpes de estado ao melhor estilo da CIA. Mas, desgraçadamente, as direções "oficiais" do movimento operário e popular, atrelados até o pescoço com o governo Dilma e à "normalidade democrática" recusaram-se a construir um chamado nacional e unificado para uma grande marcha para expulsar Obama do centro do Rio, exatamente da "Cinelândia", palco de mobilizações históricas do movimento de massas. Ironicamente estas mesmas direções majoritárias são as mesmas que não se cansam de promover inócuas "marchas a Brasília" para fazer lobby institucional sobre o corrompido Congresso Nacional. 

Acontece que o programa de completa adaptação à "democracia dos ricos" impede que esta esquerda que dirige o movimento social tenha uma efetiva "vontade política" de encabeçar um enfrentamento real com o imperialismo ianque. Isto também vale para a chamada "oposição de esquerda", crítica do governo petista, mas tão ou mais refém da opinião pública democratizante quanto seus pares "chapa branca". Esta "fusão" de interesses políticos e eleitorais resultou na dispersão e atomização do repúdio popular que poderia ser dado de forma mais consequente ao chefão imperial que vem ao Brasil com as mãos sujas de sangue do proletariado líbio. 

Para começar o grande teatro das encenações "anti-imperialistas", a CUT do Rio de Janeiro em nota pública do dia 17 de março afirmou o seguinte: "a nossa central se soma a todos os homens e mulheres que ao redor do mundo levantam a voz contra o eixo central da política externa americana... contudo não podemos ignorar a importância política e comercial da visita do presidente Obama ao Brasil, especialmente quando levamos em conta que da agenda dos seus encontros com a presidente Dilma Rousseff consta a discussão sobre uma série de parcerias, convênios e acordos bilaterais estratégicos para o Brasil, visando seu desenvolvimento e dias melhores para sua gente" (Esclarecimento da CUT/RJ sobre a visita de Barack Obama, 17/03/2011). Vejamos na sequência o comunicado do PT/RJ sobre a mesma questão: "Receber o presidente Obama na cidade do Rio de Janeiro no próximo domingo constitui-se importante oportunidade de consolidarmos a imagem da Cidade Maravilhosa, do estado do Rio e do Brasil no cenário internacional" (PT/RJ, 17/03/2011). Fica absolutamente cristalino que com esta orientação política, de completa vassalagem, os militantes cutistas e petistas, sejam da "esquerda ou direita" do partido, nunca organizariam um verdadeiro protesto de massas contra Obama, afinal segundo estes patifes, Obama irá trazer: "desenvolvimento e dias melhores...". 

Existem ainda os chamados "semi" governistas, como o PCdoB que não se cansam de exalar seu anti-imperialismo de fachada, na verdade uma política oportunista de subordinação à burguesia considerada "nacionalista". Foi assim que passaram a integrar não só o governo central da frente popular como vários governos estaduais comandados pelas oligarquias do PMDB e PSB. No Rio participam do governo de Sérgio Cabral, o anfitrião carioca de Obama, o mesmo que está pagando a "peso de ouro" para encher a Cinelândia de populares que serão humilhados para poder assistir ao discurso de Barack, exaltando o "modelo for export" brasileiro de colaboração de classes, do qual ele próprio é um subproduto. Não poderíamos esperar nada muito consequente desta "gente" que controlando a UNE e a CTB estão ávidos até para ingressar no governo fascista de Kassab em São Paulo. Para isso, o PCdoB que participou da plenária do dia 16 de março, no Sindpetro do Rio, assumiu a proposta de um dia 20 descentralizado e inofensivo a Obama: "no domingo (20), as entidades também organizam ações diversificadas durante o pronunciamento de Obama. As manifestações acontecerão em diversos pontos da cidade e deverão utilizar o humor e do sarcasmo para expressar seu repúdio e indignação" (site "Vermelho", 17/03/2011). Seria realmente cômico se não fosse trágico esta vergonhosa capitulação do PCdoB ao patrão "cabralzinho" maquiada de "sarcasmo". 

Por fim, estaria nas mãos da Conlutas/PSTU como corrente de "oposição de esquerda" a Dilma e a canalha do PT a responsabilidade de convocar um massivo ato nacional para rechaçar a "visita" do "negro da Casa Branca". Ledo engano, estes "antigovernistas", nem a época quando tinham assento no Parlamento brasileiro manifestaram qualquer iniciativa de repudiar os chefões ianques em terras tupiniquins. Ou já esqueceram quando em outubro de 1997 Clinton esteve na Câmara dos Deputados e o então parlamentar morenista Lindberg Farias ficou "caladinho", agora o ex-?queridinho" do PSTU é um dos anfitriões de Obama no Rio. Não foi por "casualidade" que novamente o PSTU ignorou o chamado dos setores mais combativos da Conlutas para a construção de uma grande atividade nacional no dia 20, na cidade do Rio de Janeiro. Pela via oposta, os morenistas decidiram por enterrar esta possibilidade, se atendo à convocação de um reduzido ato local, organizado as pressas para o dia 18 de março, portanto, bem distante de qualquer enfrentamento "pra valer" com Obama, Dilma e Cabral. Foi por esta razão que os semigovernistas do PCdoB "abraçaram" esta proposta que também inclui os tais "atos com humor" no dia 20 "espalhados" pela cidade, ficando somente de fora do "circo anti-Obama" os sindicalistas "chapa branca" puro-sangue que foram "intimados" pelo Planalto a não participar de nenhum evento sério ou "humorado" contra o presidente dos EUA. Mas, pior mesmo é o eixo político defendido pelo PSTU para o minguado ato do dia 18 de março: "Abaixo Kadaffi", ou seja, uma plataforma de convocação que o próprio Obama poderia assinar! 

Nós da LBI, compreendemos que o cenário mundial de ofensiva global do imperialismo ianque em sua crise estrutural enquanto força hegemônica econômica e militar no planeta, exige um redobrado esforço da vanguarda do proletariado mundial para impor uma derrota em sua escalada guerreirista contra os povos oprimidos. Hoje a Líbia é o palco onde as forças da reação internacional buscam "quebrar" o decadente regime nacionalista de Kadaffi. O verdadeiro movimento de massas líbio soube mostrar ao mundo que ainda é possível lutar para defender conquistas obtidas em um período histórico anterior. Neste sentido, as forças armadas, apoiadas pela classe operária ,conseguiram derrotar a suposta "rebelião de massas", superando uma campanha gigantesca de mentiras fabricadas nos laboratórios das CNN, FOX, Globo etc... Assim como o proletariado soviético soube, apesar de Stalin, apoiar o Exército Vermelho para derrotar a ocupação nazista, não porque adorasse o regime stalinista, mas sim porque sabia que estava em jogo a destruição de suas conquistas históricas. Agora os "revolucionários" pró -OTAN, apelam para sua última cartada diante do fracasso político e militar iminente: a intervenção da ONU, liberando as potências imperialistas para bombardear as tropas leais ao regime de Kadaffi. Nesta hora de definições de classe, no ponto fulcral da guerra civil em curso, os marxistas não se omitem de assumir o campo militar do regime nacionalista burguês contra a invasão saqueadora dos trustes norte-americanos sedentos pelo petróleo do povo líbio.Somente ratos de última categoria poderiam ficar bradando "Abaixo o ditador Kadaffi" diante da investida assassina do império sobre uma nação semicolonial. A classe operária na Líbia acabou de dar uma lição aos senhores da guerra e aos barões da comunicação mundial. Não adiantaram as invenções de "massacres a civis" a "contratação de mercenários africanos", além de uma "fuga para a Venezuela". Lamentavelmente, esta "fábula" midiática foi repetida como verdade pelo conjunto da esquerda revisionista que vergonhosamente prefere seguir como apêndice da "democracia ocidental" na luta contra os "bárbaros muçulmanos" que ousam desafiar o império. 

Como bolcheviques leninistas nos orgulhamos de termos sido a primeira organização trotskista no mundo a levantar a defesa incondicional da Líbia contra as reacionárias manifestações pró-imperialistas que objetivavam mergulhar o país em uma guerra civil contrarrevolucionária, para uma posterior ocupação militar imperialista. Por esta razão, mesmo conscientes de nossas pequenas forças, estaremos no dia 20, no Rio de Janeiro, gritando bem alto: "Fora Obama"! "Vitória para o povo líbio em sua luta para varrer a OTAN e a reação monarquista de seu país"! "Frente única militar com Kadaffi, sem depositar o menor apoio político ao seu regime burguês"! 

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA