Em 1976, foi criada em Itapipoca a Cáritas, uma entidade sem fins lucrativos que tem como missão a atuação junto às pessoas em situação de exclusão, testemunhando e anunciando o evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo a vida e participando da construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural. Seu trabalho assume um cunho social e pastoral, e tem como atuação a Diocese de Itapipoca.
Na década de 70, o trabalho era voltado para o assistencialismo, com distribuição de alimentos. Na década de 80, a Cáritas já começava a ampliar sua atuação com parcerias importantes como CPT, CEBs e a própria Diocese. O grande marco foram as lutas pela conquista da terra, principalmente nos municípios de Trairi e Itapipoca, que foram fortalecidas com projetos comunitários como as casas de farinha.
A partir de então, passou a trabalhar com projetos financiados e com acompanhamento técnico. Até meados de 1996, foram realizados 135 projetos comunitários; o uso de recursos representou US$ 70.000 e beneficiaram 2.045 famílias, refletindo o atendimento de 11.542 pessoas. Os números tornam-se cada vez mais significativos, quando se olha para os impactos refletidos nas diferentes atividades, como econômicas, formação religiosa e social.
Com apenas 10 anos de Cáritas na diocese, já se tinha atendido a 185 comunidades compostas por 6.475 famílias, totalizando 36.907 moradores dos municípios que compõem a Diocese de Itapipoca. Durante esse período, assim como hoje, o trabalho com as comunidades começava com um processo organizativo, mas antes é feito um estudo de viabilidade econômica e das perspectivas sociais da ação.
Ainda na década de 90, a comunidade ou indivíduo beneficiado com o programa ficavam comprometidos a devolverem 50% dos recursos repassados em forma de mercadorias. Com essa metodologia, procurou-se estimular a prática da solidariedade e da partilha, pois os recursos devolvidos eram utilizados em novos investimentos, e uma das formas que se utilizava para informar sobre os incentivos foi o programa “Diocese forma e informa”, que inclusive é utilizado até hoje.
Em 1999, a Cáritas de Itapipoca definiu como linha de prioridade a convivência com o semiárido, tendo em vista que a maioria das comunidades e municípios pertencentes à Diocese se encontravam localizadas em uma região semiárida, cujo principal problema é a falta de água para o consumo humano e a produção de alimentos.
Em 12 anos desde que foi assumida essa prioridade, a Cáritas realiza um trabalho de formação e acompanhamento voltados para os cuidados com o meio ambiente através de formações em agroecologia, na garantia dos direitos básicos através das formações em políticas públicas, e na implementação de tecnologias alternativas de convivência com o semiárido, garantindo minimamente o acesso à água para o consumo e produção de alimentos, além de intercâmbios regionais e inter-regionais de troca de experiências entre os agricultores e agricultoras.
Em relação às implementações, tem-se trabalhado com as cisternas de placa para captação de água para consumo humano, no início, através do programa P1MC, hoje através de parcerias com o Banco do Nordeste Brasileiro, o apoio de MISEREOR e através de fundos rotativos comunitários. Para a produção de alimentos, foram implementadas barragens subterrâneas, tanques de pedra, bombas populares e cisternas calçadão com quintal produtivo. Através do programa Uma terra e duas águas P1+2, hoje o acompanhamento sistemático da Cáritas está voltado para as paróquias de Itapipoca, Trairi, Irauçuba, Pentecoste, Itapajé, Tururu e Miraíma.
Sanny Maria Comunicadora da Cáritas
terça-feira, 28 de junho de 2011
35 anos de trabalho junto às pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social, 35 anos de Cáritas
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